M&A Community no Brasil - Ed. #57
Sabe o que está mais movimentado nos setores de energia e agronegócio? Aqui você encontrará um resumo detalhado dos últimos acordos dos setores mais importantes. Os setores em tendência e +.
Boa tarde, bem vindos à nossa nova edição.
Começamos com ótimas notícias. Uma nova onda de mega deals esquentou o mercado de M&A na última quinzena, trazendo um otimismo bem vindo entre os profissionais do setor, que vinham de dois anos mais mornos. Os valores globais dos negócios estão cerca de 21% acima em relação ao ano anterior, ultrapassando os USD 660 bi ao longo do 1Q24, segundo dados da Bloomberg. Esse boom é resultado da recuperação dos mercados de ações combinada ao fim dos ciclos de alta nas taxas de juros, o que tem dado aos investidores a confiança e o capital necessário para correr atrás de suas targets.
Quem também desenha um cenário promissor para 2024 é a consultoria Auddas, especialmente para o agronegócio e varejo (supermercados e atacarejos). E essa expectativa já está se tornando realidade: a GDM colocou a mão nos ativos da KWS na América do Sul, a Louis Dreyfus Company selou um deal para comprar a Cacique, os grupos Mafra e CMAAA lançaram uma joint venture com planos de investir BRL 2 bilhões em etanol até 2029, e a Syngenta agregou ao seu portfólio a Produtécnica.
No front do varejo alimentar, Leonardo Tonelo, da VAREJOCONNECT, aponta que 2024 será um ano de desafios, mas também repleto de oportunidades para quem quer crescer via aquisições. Quem já está aproveitando desse momento é a rede Supermercados BH, que em uma movimentação estratégica incorporou o SuperTop Atacado e Varejo à sua operação.
Movimentações também marcaram a quinzena do setor de energia. A Vale agora controla 100% da Aliança Energia, graças à compra do share de 45% que pertencia à Cemig. Já a Energia adquiriu a Clarke Energia, startup focada em gestão; e a Copersucar e a Comerc se juntaram para estrear no mercado livre de energia. Enquanto tudo isso acontece, o projeto de lei sobre prorrogação das concessões de distribuição elétrica e a novela das usinas a carvão, que está freando o mercado eólico offshore, chama a atenção dos players.
Por último, mas não menos importante, o grupo GPS, um gigante em facilities no Brasil, anunciou a aquisição do grupo GRSA, antes parte dos Compass Group britânico. Essa movimentação amplia a presença do GPS no segmento de serviços de alimentação e suporte, posicionando-o como um dos pilares do seu portfólio, ao lado de serviços de limpeza, segurança e manutenção industrial.
Deal highlights 20 março a 3 abril💰
Número de transações: 64
Total Value (BRLm): 7.058,81 Maximum (BRLm): 2.700,00Minimum
M&A
Vale compra a participação remanescente de 45% na Alianca Energia
Grupo Limber faz aquisição de fabricante de software para gestão de clubes
Louis Dreyfus Company assina acordo para aquisição da Cacique
VC
Techome, de casas inteligentes, capta BRLm 35 em série A com Astella
Arquiteto de Bolso capta R$ 15M com Headline XP para escalar
Mercado Único capta R$ 2 milhões para amenizar desperdício de alimentos
Para ficar alerta
Ivi Energia, subsidiária da Brookfield, fecha negócio com a Trinity Energias Renováveis
A Ivi Energia acaba de engatar a compra dos ativos de energia solar da Trinity Energias. O cheque assinado? Nada menos que cerca de BRLm 600 mi.
Esse deal traz para o portfólio da Ivi 41 usinas solares espalhadas por sete estados, adicionando mais de 110 MWp de potência ao seu portfólio. A expectativa é que a estrutura esteja online até o início de 2025.
Envolvidos
Panorama Brasil M&A
Até agora, março tem sido um mês de boas vibrações. De acordo com os dados do TTR, só no Brasil, houve um total de 112 transações, totalizando BRLm 9.902. O destaque? Tecnologia liderou em quantidade, com 33 deals, mas foi o setor de energia que movimentou o maior valor, atingindo BRLm 2.884 em apenas 4 transações.
Embora não seja melhor do que março de 2023, quando foram obtidos 200 deals no valor de BRLm 21.994, isso mostra aquilo que a Bloomberg menciona como uma tendência de crescimento nos próximos meses.
De acordo com a Bloomberg, a onda de M&A vai se intensificar nos próximos meses. De acordo com a Vinland Capital, a gestora independente com BRL 14 bi em ativos, as principais oportunidades estão nos setores de finanças, saúde e varejo em que há um conjunto de empresas que sofrem mais durante o aperto monetário e companhias com alto grau de alavancagem.
Esse boom de M&A só vai se intensificar adiante. Várias empresas saíram ‘machucadas’, com cicatrizes do ciclo [de aperto] monetário e outras nem tanto - e essas mais fortalecidas vão aproveitar o momento para novos investimentos.
Desafios no setor de energia elétrica
O primeiro trimestre do agronegócio, considerando as transações envolvendo outros setores como Energy and Renewables, apresentou um desempenho interessante. A TTR aponta que, em janeiro, houve 9 transações que atingiram BRLm 1.994. Em fevereiro, não houve transações, finalmente, em março, foram 10 transações atingindo BRLm 6.013, das quais 5 transações vieram do exterior.
Em fevereiro deste ano, a Câmara dos Deputados aprovou com urgência um requerimento para o projeto de lei que visa submeter à decisão do Congresso Nacional a prorrogação das concessões de distribuição de energia elétrica. Essas mudanças afetarão os contratos de 20 distribuidoras que chegarão ao fim entre os anos de 2025 e 2031.
O mercado está preocupado com um projeto de lei que pode afetar as empresas de distribuição de energia. A Genial Investimentos alerta que a aprovação desse projeto tornaria o processo de renovação das concessões mais político do que técnico. Isso pode desequilibrar o mercado de energia elétrica, tornando as concessões menos atrativas para investidores. A sugestão é que, se a atratividade diminuir, as concessões poderiam ser absorvidas por uma estatal do setor elétrico. A federalização da Cemig é considerada uma possível solução para garantir a continuidade do serviço.
Inclusive, desde 2020 a Cemig vem desinvestindo de negócios em que tem participação minoritária e aumentando seu foco em distribuição. A última movimentação da estatal mineira foi a venda da participação de 45% da Aliança Energia por BRL 2,7 bi para a Vale. A Aliança teve uma receita líquida de BRL 1,3 bi em 2023, um crescimento de 8% em relação ao ano anterior.
No Brasil, a disputa no Congresso sobre a prorrogação de contratos de usinas térmicas a carvão está atrasando o desenvolvimento da energia eólica offshore. Um projeto de lei essencial para regular o setor está parado no Senado. Isso pode impactar a implementação rápida de parques eólicos offshore, apesar do grande potencial, o que diversificaria a matriz energética e reduziria a dependência das hidrelétricas.
A Copersucar, líder global em açúcar e etanol, e a Comerc Energia formaram uma joint venture para trading de energia elétrica no mercado livre. A Copersucar adquiriu 50% da Newcom, uma comercializadora da Comerc, por meio de investimento. Isso permitirá que a Copersucar comercialize a energia produzida pelas suas 37 usinas associadas no mercado livre.
Desafios Econômicos e Avanços no Setor Agro
O primeiro trimestre do agronegócio, contando as transações envolvendo outros setores como Agricultura, Agronegócio, Agropecuária e Pesca, Florestas e Mineração, apresentou um desempenho interessante. De acordo com a TTR, em janeiro, houveram 5 transações que atingiram BRLm 604. Em fevereiro, foram 7 transações atingindo BRLm 864, das quais 2 transações vieram do exterior e, finalmente, em março, foram 6 transações atingindo 36 BRLm. Isso demonstra uma média significativa que se mantém ao longo do ano.
O cenário econômico brasileiro está diante de uma série de desafios que se entrelaçam, complicando os esforços para combater a inflação e impulsionar o crescimento. As preocupações com os efeitos do El Niño na agricultura estão causando revisões nas estimativas para a atividade econômica em 2024, após uma safra robusta impulsionar um crescimento mais forte que o previsto no ano anterior. O temor sobre os preços dos alimentos também paira sobre os economistas, que monitoram atentamente qualquer aceleração que possa afetar o ciclo de cortes de juros do Banco Central.
O encolhimento do rebanho suíno na China está previsto para reduzir a demanda por ração animal, afetando as necessidades de importação de soja e milho pelo país. Isso impacta diretamente os produtores rurais no Brasil e nos Estados Unidos, principais fornecedores agrícolas da China. Com menos animais em produção, a demanda por importações de soja diminui, especialmente com a expansão da cultura chinesa da semente oleaginosa.
Nos EUA, os agricultores planejam aumentar o cultivo de milho em 2024, mas a crescente demanda por biodiesel, impulsionada pelo plano de descarbonização de Biden, pode deslocar a preferência para a soja. Isso levou a uma corrida para construir instalações de processamento de soja, com Cargill e Bunge expandindo sua capacidade. No entanto, a mudança nas preferências de plantio pode não se concretizar totalmente este ano, pois os agricultores ainda preveem um aumento na área cultivada com soja, enquanto o milho deve manter uma posição forte no mercado.
Além das questões agrícolas, o mercado de distribuição de insumos agrícolas está se encaminhando para uma fase de consolidação, impulsionado pela crescente profissionalização no campo e pela demanda crescente por soluções customizadas. Nesse contexto, empresas como a Lavoro, controlada pelo Pátria Investimentos, estão explorando oportunidades de aquisição para se tornarem agentes consolidadores no setor.
Por fim, recentemente a GDM, uma empresa global de genética vegetal, anunciou a aquisição das operações de milho da KWS na América Latina, incluindo as atividades de melhoramento e venda de milho e sorgo. Essa transação destaca o avanço da GDM como uma empresa relevante no cultivo extensivo na América do Sul, fortalecendo sua posição no mercado e evidenciando sua estratégia de crescimento.
Além disso, os grupos Mafra e CMAA anunciaram a criação da joint venture Grão Pará Bioenergia. O objetivo é promover a construção de uma refinaria de biocombustíveis em Redenção, no Pará, para a produção de etanol de milho. A projeção é de que os investimentos superem os BRL 2 bi até 2029, sendo que BRLm 600 já serão alocados neste ano.
Real Estate em 2024
Segundo o Estadão, as captações para compra de ativos de Real Estate já somam BRL 3,1 bi este ano. Os próximos meses serão marcados por uma nova onda de compra e venda de shopping centers por empresas e fundos.
O ano de 2023 já foi bastante movimentado nesse tipo de transação, e 2024 dá sinais de que seguirá a mesma trajetória. Na ponta compradora estão, principalmente, os fundos de investimentos imobiliários. Esses veículos se beneficiam do ciclo de queda dos juros para captar recursos junto a investidores que estão deixando a renda fixa em busca de um retorno potencialmente maior. E o maior destino dos recursos captados será a aquisição de ativos.
Segundo a TTR, o setor de Real Estate nos primeiros 3 meses de 2024 mostrou que, em termos de valor, fevereiro foi o mais mais movimentado, com BRLm 3.219 no total e 24 deals, seguido por janeiro com BRLm 3.052 em 23 deals. Março registrou um declínio em volume e valor, atingindo apenas BRLm 523 com 7 transações.
Desses três meses, o deal mais importante em termos de valor foi o acordo da Syn Prop Tech com a XP Malls FII para a compra de shopping centers em uma transação de BRL 1,8 bi. O setor brasileiro de shopping center vive um ciclo benigno de crescimento de receita. As taxas anuais de alguns empreendimentos já chegam a superar 99%, e as companhias desengavetam projetos de expansão.
Em entrevista à Bloomberg, a CFO da Allos, Daniella Guanabara disse que o grupo já tem contratos assinados com cerca de 12 construtoras para erguer 49 torres em seis estados e nove shoppings, que devem resultar no aumento da circulação de até 25 mil pessoas na área primária desses centros comerciais.
Aumento do investimento em operações de M&A no Brasil
O Estadão fez uma análise do crescente investimento estrangeiro no Brasil em 2023, destacando os Estados Unidos como o maior investidor no País.
Em 2020, o percentual de transações envolvendo investidores estrangeiros era de 20%, subiu para 38% em 2021 e para 43%, em 2022. Já em 2023, o investidor internacional foi responsável por 47% das operações de M&A - a maior participação estrangeira, em número de transações, da década no Brasil.
Em valores o salto do percentual em investimento internacional no Brasil foi ainda maior: chegou a 58% do total em 2023, ante 29% em 2022.
Os Estados Unidos vêm sofrendo com a alta inflação. Por sua vez, a Rússia e a China obtiveram menos investimentos estrangeiros, devido aos seus atuais contextos políticos. Com isso, a compra de empresas brasileiras se torna mais interessante ao investidor internacional, já que o Brasil também apresenta facilidades regulatórias que são atrativas ao capital estrangeiro.
Os setores com maior influência do capital estrangeiro foram tecnologia, infraestrutura, energia e farmacêutica.
Apesar desse aumento de participação estrangeira nas operações brasileiras, houve uma queda na quantidade total de fusões e aquisições em 2023 no País.
O Brasil registrou 1,5 mil operações de M&A, redução de aproximadamente 13% no total de operações em comparação ao ano anterior, segundo um relatório da KPMG. Desse total, 507 foram realizadas por companhias de capital estrangeiro que adquiriram negócios em território nacional.
A saída de BRL 21,2 bi da Bolsa este ano
Em contrapartida ao volume de investimentos internacionais em deals no Brasil, desde o começo de 2024, os investidores estrangeiros já retiraram BRL 21,2 bi da bolsa de valores. A saída de recursos externos já deu sinais de ser a maior desde 2020.
O Estadão aponta como principais motivos para esse comportamento dos investidores as taxas de juros dos EUA, os ruídos políticos em torno da Vale e da Petrobrás e as incertezas envolvendo a China.
As taxas de juros atrativas nos EUA, mantidas no intervalo de 5,25% a 5,50%, tendem a atrair recursos antes aplicados em mercados emergentes e mais arriscados, como é o caso do Brasil.
Na terça feira, 2, o presidente do banco central norte-americano afirmou que a decisão por corte de juros nos EUA depende de mais informações sobre a inflação, e que isso não deve ocorrer até a próxima decisão do Fed, marcada para 1° de maio.
Além disso, as nítidas tentativas de maior interferência do governo brasileiro na economia criam um cenário de incerteza e afasta os investidores.
Em março, o governo suspendeu o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas da Petrobrás, resultando na retirada de BRL 1,8 bi de recursos estrangeiros da Bolsa no dia seguinte ao anúncio.
Na Vale, o governo tentou ampliar sua presença empreendendo esforços para eleger o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o que, somado à queda do preço do minério de ferro no mercado internacional, já resultou em perdas de BRL 70,1 bi em valor de mercado da ex-estatal, apenas neste ano.
Outro fator internacional que influencia o investimento estrangeiro no Brasil é a dificuldade da China em conseguir acelerar o crescimento do PIB. Grande compradora de commodities no mercado brasileiro, o freio na economia chinesa resulta em queda no preço desses produtos, afetando negativamente as ações desse setor na Bolsa.
IA: Desafios e impactos
De acordo com o relatório The State of Generative AI in the Enterprise, da Deloitte, neste momento, as tecnologias que fazem uso da AI generativa estão mais focadas em aumento da eficiência, produtividade e redução de custos das organizações do que em inovação e crescimento.
Durante o South Summit, evento global de inovação, César Leite, CEO e fundador das empresas Processor, apontou que a IA aumenta a produtividade em 40% e a tendência é que as empresas avancem em proporções parecidas. A velocidade no atendimento ao cliente, por exemplo, deve saltar entre 15% a 20% com as novas tecnologias. O executivo disse acreditar no uso generalizado da IA em até cinco anos.
Neste sentido, a inteligência artificial já está presente na rotina de mais de 90% dos profissionais de inovação aberta no Brasil, de acordo com a pesquisa realizada pela plataforma de dados de inovação LatAm Sling Hub, em parceria com líderes do mercado. O ChatGPT, da OpenAI, foi a ferramenta mais citada, sendo utilizada por 94% dos entrevistados.
Os impactos da IA na economia ainda são incertos. A visão tradicional é de que as taxas de juros tendem a cair à medida que a riqueza e a produtividade aumentam. Mas há quem defenda que o grande impulso da IA pode elevar as taxas reais ajustadas pela inflação, e por um período de tempo considerável.
A previsão contraintuitiva de Tyler Cowen, professor de economia da George Mason University, se baseia em duas considerações: a possibilidade de uma demanda extremamente alta por despesas de capital a ser gerada pela expansão da IA, bem como a importância da produtividade do capital na formação de taxas de juros reais. Cowen conclui que se a produtividade do capital aumentar significativamente, as taxas de juros reais também deverão aumentar.
No momento, a única certeza é que essas transformações também vêm acompanhadas por uma série de ameaças e desvantagens. Um dos riscos da crescente implementação da IA generativa inclui o chamado "viés sistêmico": o agravamento e ampliação de problemas já existentes, como a propagação de fake news, sistematização de preconceitos sociais e até mesmo a facilitação de crimes.
Quando mudar para investir?
A Pipeline fez a si mesma a seguinte pergunta: Se a venda de sua empresa está passando por sua cabeça, o momento de começar é agora. E sentimos que é necessário repassar essa pergunta a você e fornecer alguns pontos a serem considerados caso queira vender sua empresa em algum momento.
Primeiro ponto: você deve conhecer o valor real da sua empresa.
Reconheça sua motivação para vender ou permanecer no negócio.
O que você deseja fazer após a venda: iniciar um novo negócio?
Você quer vendê-la rapidamente ou quer que seja um processo lento?
Descubra se pode haver compradores.
Global
Após uma desaceleração em 2023, a atividade de M&A está pronta para a recuperação este ano. A Morgan Stanley Research prevê um aumento de 50% nos volumes de negócios em comparação com 2023, graças à crescente confiança corporativa e notícias positivas sobre a economia global.
As principais conclusões do estudo da Morgan Stanley são:
Os volumes de deals podem aumentar em até 50% em 2024, após a menor atividade em quase duas décadas em 2023.
Empresas não financeiras e investidores privados do mercado acumularam um total de USD 8,1 tri em capital não alocado, o que está alimentando a demanda.
Bancos, energia, saúde, imóveis e tecnologia estão entre os setores preparados para o aumento de M&A.
Espera-se que o ressurgimento da atividade de M&A seja global, com o maior número de deals na Europa e na América do Norte.
De acordo com Andrew Sheets, chefe de pesquisa de crédito corporativo da Morgan Stanley:
O forte desempenho do mercado do ano passado mascarou um ambiente de negócio sombrio. O volume global de M&A caiu 35% no ano passado, o segundo declínio consecutivo e o nível mais baixo desde 2004. Isso criou uma demanda restrita por negócios em 2024, especialmente à medida que as empresas se tornam mais confiantes sobre o crescimento, dando àqueles que passaram os últimos dois anos construindo estratégia, avaliando perspectivas e envolvendo discussões preliminares uma oportunidade de atacar à medida que o mercado gira.
Como entender o contexto de M&A em 2024 com base na tendência de crescimento para o ano?
Segundo Barclays, em 2023 a atividade global de M&A desacelerou para o nível mais baixo em quase 10 anos, pois os aumentos agressivos das taxas, as tensões geopolíticas, a inflação alta e uma crise bancária reprimiram o sentimento dos CEOs. Mas, no início do Q4, o mercado começou a ter uma visão mais clara da provável trajetória das taxas, o que levou a um aumento notável na atividade de negócios e a um retorno da confiança.
Após um mercado lento em 2023, os volumes de M&A deverão aumentar à medida que os investidores se tornarem mais ativos e as empresas continuarem a alavancar seus resultados financeiros saudáveis em busca de transações estratégicas. Com as crescentes expectativas de cortes nas taxas de juros e uma aterrissagem suave nos EUA, 2024 pode ser um ano sólido para o mercado, ainda de acordo com a Barclays:.
As empresas continuarão a ser ambiciosas - empresas estão com resultados financeiros melhores agora do que antes da pandemia, ou seja, com menos alavancagem e mais caixa disponível.
Os investidores se tornarão mais ativos - das 15 maiores transações globais, apenas quatro envolvem um investidor. Espera-se que ao longo do ano o cenário seja diferente.
As expectativas de corte de taxas e de aterrissagem suave estão impulsionando a confiança dos CEOs - a opinião consensual atual é pelo fim do ciclo de aperto de juros mais agressivos do FED.
Os dealmakers aceitarão alguma incerteza política e regulatória - há uma expectativa de que os deals exijam prazos mais longos entre a assinatura e o fechamento.
A participação dos investidores ativistas resultará em um aumento nas transações de M&A - investidores ativistas podem influenciar, mesmo sem sucesso direto, ao abrir oportunidades para compradores estratégicos adquirirem ativos indisponíveis de outra forma.
1Q 2024: M&A globais se recuperam no primeiro trimestre após uma enxurrada de grandes deals
O volume total de M&A em todo o mundo aumentou 30%, chegando a cerca de USD 755,1 bi, de acordo com os dados mais recentes da Dealogic. O número de transações com valor superior a USD 10 bi saltou para 14, em comparação com cinco no mesmo período do ano passado.
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APR 27, 2024 MADRID
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