M&A Community no Brasil - Ed. #62

Em uma quinzena movimentada, J&F compra usinas da Eletrobrás por BRL 4,7 bi e setor de varejo se aquece com novas transações. Fique por dentro últimos deals e tendências.

Jun 12, 2024

Boa tarde, bem vindos à nossa nova edição

A edição desta quinzena chega até você no Dia dos Namorados, mas as últimas movimentações mostram que os principais players do mercado não estão para gracejos. A J&F se movimentou estrategicamente e comprou as usinas térmicas a gás da Eletrobrás por BRL 4,7 bi. Enquanto isso, o Pátria e o Grupo Mateus expandiram suas operações com a aquisição do Grupo Amigão e do Novo Atacarejo, respectivamente.

O setor de educação é outro que se destacou pelos grandes deals nos últimos quinze dias. A Yduqs e a Cruzeiro do Sul adquiriram dois ativos significativos: o Centro Universitário Newton Paiva e o Centro de Ensino Superior de Pinhais (FAPI), respectivamente.

Enquanto isso, as perspectivas para o retorno dos IPOs permanecem positivas, mas há consenso de que essa retomada depende de uma melhora no cenário de mercado. Enquanto a oportunidade para IPOs não aparece, os investimentos em startups no Brasil aumentaram mais de 200% em maio, impulsionados pelo alto volume de captação dos novos FIDCs.

J&F adquire térmicas da Eletrobrás por BRL 4,7 bi

A J&F Investimentos está desembolsando valores bilionários para adquirir 13 ativos térmicos da Eletrobras. A transação, que envolve a movimentação de BRL 4,7 bi através da Âmbar Energia (subsidiária do grupo de investimentos), inclui também a aquisição da Amazonas Energia e vai adicionar de 2 GW para o portfólio da holding dos irmãos batista.

E essa movimentação se mostra especialmente estratégica para a J&F. Juntos, os 13 ativos geraram BRL 2,4 bi em receita e BRL 1,1 bi em EBITDA no ano passado. A Eletrobras está planejando esse deal desde julho passado e, com a movimentação, planeja focar em energias renováveis. A venda inclui um earnout de BRL 1,2 bi.

Fonte: Brazil Journal

Número de transações: 35
Valor total (USDm): 8.397,16
Máximo (USDm): 7.150,00
Mínimo (USDm): 0,23
Média (USDm): 559,81

Confira as transações da quinzena no nosso Deal Tracker. 👇

Deals Tracker | 30 de maio até 12 de junho

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A Braskem questionou a sua controladora, Novonor, sobre os rumores da imprensa que indicavam um forte interesse da Petrochina nos papéis da petroquímica brasileira. Já no varejo, o Dia deixou o Brasil após vender todas suas lojas por meros EUR 100.

Mas, afinal, o que mais deu o que falar nesta quinzena?

M&A em fotovoltaicos crescem 57% na T1 24

O M&A em fotovoltaicos está mantendo o seu ritmo de ascensão. O número de transações registradas na T1 24 apresentaram um aumento em 57%. E, nesse ritmo, 2024 tem fortes chances de superar 2023. O ano passo já havia registrado um crescimento de 26% em comparação com 2022, o que consolida a perspectiva de que esse mercado ainda tem muito o que entregar.

E a força do M&A está reverberando por todo o mercado de fotovoltaicos. Em comparação com o ano passado, os primeiros meses de 2024 registraram um crescimento de quase 25% no número de empreendimentos no setor, atingindo a marca de 4.975 — valor que considera tanto aquelas que já atingiram um estágio de alta maturidade quanto as que ainda estão em construção.

E os players já estão se reagindo à crescente competitividade do setor. Recentemente, a RZK Energia concluiu a aquisição de quatro novos projetos de geração fotovoltaica da Solar Gold Brasil, adicionando aproximadamente 4 MWp ao portfólio da empresa.

Essas aquisições possuem contratos de longo prazo em vigor, destinados ao abastecimento de instituições financeiras e empresas do setor de alimentos e bebidas em suas respectivas localidades, totalizando um valor de BRLm 70.

Fonte: Greener e Canal Solar

Como ter sucesso no recrutamento on-cycle em Private Equity

20 de junho
13h00 (GMT-3)
Remoto

Começar em uma nova área pode ser uma tarefa desafiadora — especialmente se essa área for no universo de Private Equity. E, nesse contexto, qualquer ajuda pode ser a diferença entre uma transição de carreira bem sucedida e a estagnação profissional. Mas você não precisa passar por isso sozinho.

O webinar “How to succeed in PE on-cycle recruitment” conectará você a profissionais seniores de Private Equity e oferecerá uma visão detalhada do que esperar do próximo período de recrutamento, além de dicas valiosas para aumentar suas chances de sucesso.

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Confira quais foram os últimos fundos e captações da última quinzena.

Novos fundos e captações

Notícias e rumores

Indústria

Venture, Banking & Consulting

2024 é ano promissor para profissionais que querem trabalhar com Private Equity

Cerca de 80% dos respondentes de uma pesquisa da KPMG e que atuam no mercado de Private Equity afirmam que planejam completar transações acima de USD 1 bi em 2024. E esse volume vem acompanhado de maiores demandas, coisa que não passou despercebida pelo mercado de trabalho.

O número de profissionais buscando novas oportunidades em PE aumentou de 25% em 2022 para mais de 40% em 2023, e a expectativa é que essa tendência continue. E, nesse cenário de oportunidades, profissionais devem buscar conhecimento e networking para sair na frente.

Para te ajudar nessa decisão importante de carreira, a iDeals e M&A Community prepararam um encontro exclusivo, onde profissionais sêniores do setor vão compartilhar dicas para quem quer conquistar sua primeira posição em PE. O encontro é remoto gratuito

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Fontes: KPMG e Hannover

Expectativas foram criadas e a T2 24 promete retomada de IPOs

A ternura e afeto do Dia dos Namorados parece ainda não ter chegado nas ofertas públicas de ações, mas tudo indica que a tendência é de melhora. Segundo Rafael dos Santos, sócio e especialista da EY, a carteira de IPOs voltou a crescer em diversos setores, com grandes expectativas de que as empresas estreantes apresentem boa lucratividade e em escala de setores tradicionais.

Os principais insights de um relatório divulgado recentemente pela consultoria incluem:

Todos os IPOs (exceto três) da 1T 24 foram realizados em bolsas dos EUA, sendo que os dois maiores foram negócios transfronteiriços de emitentes estrangeiros cotados nos EUA.
Olhando para a região Américas, estudo aponta um crescimento de 21% no número de ofertas e de 178% em receita, totalizando 52 ofertas e uma arrecadação de USD 8,4 bi no 1T 24.
- Isso representa 18% dos IPOs globalmente e 36% das receitas arrecadadas.

Considerando o cenário global, a receita dos IPOs aumentou 7% no 1º trimestre, indo de USD 22,1 bi para USD 23,7 bi em comparação com o T1 23.

No volume de ofertas, há uma queda em 7% na quantidade, que foi de 307 para 287.

No Brasil, o reaquecimento do mercado, que permanece sem listagem há mais de 2 anos, ainda precisa superar alguns desafios. Entre eles estão a melhora do contexto de mercado e a concretização da perspectiva de redução da taxa de juros. Esse otimismo também foi compartilhado por João Pedro Nascimento, presidente da CVM:

O Brasil está esperando um cenário macroeconômico que abra uma janela de oportunidade, para realizar ofertas de ações.

Fonte: Startups e Money Times

[Startups] Crescimento de mais de 250% em aportes e aumento no M&A cria cenário otimista

O valor captado por startups da América Latina e Brasil cresceu 179% no mês passado, em comparação com maio de 2023. Apesar da queda do número de rodadas, o volume captado cresceu na região. Outra tendência está nos investimentos com participação acionária, que continuam crescendo. Só o Brasil registrou um aumento de 38% em relação ao ano anterior.

O destaque vai para as fintechs, que captaram USDm 601, um salto em relação aos USDm 339 de abril. As principais rodadas foram lideradas pela CloudWalk (USDm 308) e Plata Card (USDm 100).

Em M&A, o ecossistema de startups esteve envolvido em 21 deals durante o período, um aumento de 40% em relação a abril. Esse é um cenário sem fusões, mas com aquisições que chamaram atenção. Entre elas, está a compra da LiveCo pela Netwshow.me e da Granito pelo Banco Inter.

Fonte: StartSe

[Pet] Mars evidência bom momento do setor, aquecido em demanda e M&A

O setor pet está encontrando cada vez mais espaço em terras tupiniquins. Com mais de 187 milhões de animais de estimação, em junho de 2024 o setor já acumula mais de 285 mil empresas, fazendo do Brasil o terceiro maior mercado mundial. E 2024 não é o primeiro a chamar atenção pela performance do setor pet. Sequer a pandemia foi capaz de esfriar o ritmo das negociações no setor, indicando que esse é um mercado fortalecido e repleto de oportunidades.

Quem já soube aproveitar desse cenário promissor foi a Mars, multinacional norte-americana conhecida por marcas como Pedigree e Royal Canin — além dos chocolates viciantes da marca Sneakers. Através da sua subsidiária, a VCA, a empresa está adquirindo a totalidade da rede de hospitais veterinários Pet Care, que já conta com 14 unidades em São Paulo, Balneário Camboriú e Rio Grande do Sul.

Fonte: O Globo

[Educação] Aquisições estratégicas marcam momento de consolidação no ensino superior brasileiro

O ensino superior também está passando por uma onda de consolidação, com grandes grupos como Cruzeiro do Sul, Vitru, Yduqs e Clariens negociando deals e faculdades menores buscando aquisições. Com a movimentação, os players esperam que M&A aumente o valor e a liquidez das ações, que atualmente atrai pouca atenção dos investidores.

Essa tendência fica evidente nos deals desta quinzena. A Yduqs, maior grupo de ensino superior do Brasil, incorporou o Centro Universitário Newton Paiva, com 50 anos de atuação e forte presença nas áreas de Direito, Saúde e Odontologia em Belo Horizonte.

Simultaneamente, a Cruzeiro do Sul Educacional adquiriu o Centro de Ensino Superior de Pinhais (FAPI) por BRLm 184. O deal, que é a primeira aquisição da Cruzeiro após seu IPO há três anos, evidencia aquilo que pode ser um bom momento para a empresa. Recentemente, 154 novas vagas de medicina foram autorizadas pelo MEC, expandindo a oferta da empresa.

Fontes: Valor Econômico, Brazil Journal e Yduqs

[Varejo] M&A no varejo cresce e aquisição do Grupo Amigão pela Plurix deve criar nova gigante do setor

O varejo está esquentando. A profissionalização do setor, impulsionada pela necessidade das lideranças em adotar uma postura mais empresarial para competir, é o combustível que alimentou as novas movimentações da última quinzena.

Os destaques começam com o Grupo Mateus, que fechou um acordo para adquirir a Novo Atacarejo, rede que conta com 29 lojas em Pernambuco e na Paraíba. Além desses estados, a união resultará em uma nova empresa, com presença também em Alagoas. As lojas do Grupo Mateus em outros estados não estão incluídas no acordo.

Já a Plurix, investida pelo Pátria, adquiriu o Grupo Amigão. A transação, que envolve uma estrutura de 65 lojas do Amigão espalhadas por três estados brasileiros, ainda está sujeita à aprovação do Cade. Com esse movimento, a Plurix se torna uma das 10 maiores redes supermercadistas do país, com faturamento próximo a BRL 10 bi e 18 mil funcionários em 170 lojas.

Fontes: Pipeline e Mercado e Consumo

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